quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A MALDIÇÃO DO DIVINO


Ontem jogamos o mais do mesmo e ganhamos da mesma forma que 2011. As famosas bolas paradas. Como irei me tornar repetitivo, prefiro passar a vocês um “causo” que acontecia no Palestra, muitos já devem ter lido algo sobre, alguns nem sabiam, outros nem se lembravam... Mas vou tentar explicar melhor.

Ademir da Guia já apareceu em alguns posts por aqui, já o encontrei pessoalmente em algumas oportunidades, ele também já me confidenciou ler esse blog em algumas oportunidades. Hoje tenho a grata satisfação de dizer que ele me segue no twitter e vez ou outra me manda um comentário. Filho de Domingos da Guia, conhecido como Divino Mestre, herdou do pai a classe e o apelido de Divino. Divide com São Marcos o posto de maior ídolo do Palmeiras. Chegou em 1961 para sair apenas ao encerrar sua carreira, em 1977. Ao longo desse tempo ajudou o clube a conquistar cinco títulos nacionais, cinco Campeonatos Paulistas, um Rio-São Paulo, três Troféus Ramon de Carranza, na Espanha e, mais que isso, a elevar ainda mais o respeito por um time já consagrado. Hoje escrevo sobre uma superstição, uma lenda, um simples papo que corria há muitos anos nas alamedas do Palestra Itália, teria dito certa vez uma mãe de santo que enquanto o verdadeiro Ademir da Guia não voltasse ao Palestra ficaríamos na fila. E como os títulos não vinham, nascia a “Maldição do Divino”. Mas entendam o caso da maldição. Em 1986, ano em que o Palmeiras perdeu da Inter de Limeira na final do Campeonato Paulista, Ademir da Guia ganhou um busto no Palestra Itália, mas o rosto talhado não parecia com o do antigo camisa 10 (vide foto do lado esquerdo, sim essa foto ali era do antigo busto, até um cego veria que em nada se parece com Ademir da Guia). Seu pai, Domingos da Guia, teria dito logo depois do descerramento do pano: “esse não é o meu filho!”. O próprio Divino dentro da sua imensa humildade teria dito que talvez o escultor o tivesse feito mais moço, fato é que o antigo busto era sequer parecido. De acordo com a “Maldição do Divino”, se Ademir da Guia não fosse homenageado de forma justa, o Palmeiras jamais voltaria a conquistar títulos. Superstição ou não, enquanto a estátua permaneceu no Palestra Itália, o clube viveu parte do maior jejum de seus 97 anos. O então presidente Carlos Bernardo Facchina Nunes encomendou uma segunda versão do busto, que foi entregue em 19 de dezembro de 1992. Um dia depois o São Paulo de Telê Santana foi campeão paulista sobre o Palmeiras, resquício da maldição? Quem sabe? O fato é que a partir de 1993, com a maldição quebrada pela nova estátua tudo começou a melhorar, o patrocínio aumentou, chegaram novos jogadores, tivemos um choque de gestão e o clube encerrou um jejum de 16 anos com o título estadual diante do Curintia. “O novo busto foi colocado, todo mundo gostou e, por coincidência ou não, o Palmeiras voltou a ganhar títulos”, resumiu o escultor da nova obra. Para se ter a honra de ser imortalizado com um busto no Palestra Itália, o jogador além de ter sido um ídolo e ter ganhado títulos, jamais poderia ter enfrentado o Palmeiras defendendo outro clube. Depois desse processo, o nome do ex-jogador é indicado aos conselheiros para que assim que aprovado possa ter o busco confeccionado. Por isso existe tanta dor de cotovelo de ex-craques e tão poucos bustos perto da grandiosa historia do Palmeiras. Além de Ademir da Guia, os ex-jogadores Junqueira e Waldemar Fiúme, que chegaram a atuar quando ainda era Palestra Itália, também são lembrados com bustos. Durante o processo de reforma do clube, as três peças foram removidas e guardadas. Na nova Arena, ganharão a companhia da estátua de Marcos que pela prévia de sua estatua em nada se parece. Seria uma nova maldição?

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