domingo, 22 de maio de 2011

ENTENDAM O SEM ESTÁDIO



O assunto teve inicio lá atrás, começou quando Andrés Sanchez pediu ao Lula (então presidente) que fizesse um esforço para ter o tão sonhado estádio no ano do Centenada. O alvoroço foi dos grandes, agora com a ajuda do presidente não tinha como não sair. Até então a vontade era somente ter um estádio, nada a ver com a Copa de 2014. Dentro do clube o projeto era apresentado como uma casa humilde, algo com 45 mil pessoas. O dinheiro viria todo do setor privado com algumas indicações do Lula. Com a máquina administrativa na mão e o presidente da república apoiando, o país das licitações fraudulentas viu a Odebrecht se empolgar com tal obra, de maneira curiosa e nada suspeita a mesma empresa ganhou varias licitações federais e estaduais na mesma época. Só que Andrés é megalomaníaco, ele não entende o clube que preside, acredita que o Curintia é intergaláctico enquanto o clube não apresenta nem um CT de primeiro mundo. Com a indicação de ser chefe da delegação na Copa de 2010, Andrés e Ricardo Teixeira estreitaram os laços de amizade. Amizade esta que Teixeira nunca teve com ninguém do SPFC, pelo contrário. Pronto, o cenário estava feito, ficou fácil prever que o Morumbi teria problemas para ser o palco da abertura do Mundial. A brincadeira de casinha virou coisa de gente grande quando finalmente o estádio do São Paulo saiu do mapa da Copa. O que era um simples estádio virou um projeto suntuoso e mesmo sem nenhum laudo, nem mesmo o terreno, já estava definido que seria a abertura da Copa de 2014. Empresários amigos de Ricardo Teixeira e cartolas do Curintias afirmavam ser fácil arrumar investidores e patrocinadores, mas até agora não apareceram com uma proposta concreta. Odebrecht e Curintia passaram a se alfinetar por causa do tamanho da conta, ninguém quer arcar com tal despesa. Procura-se o BNDES e o banco quer garantias de pagamento, ninguém quer colocar seu patrimônio em risco em um projeto que não confiam. A cada semana se diz que segunda-feira inicia-se as obras. Fora que o estádio tinha como custo inicial 650 milhões, pulou para 705 milhões e hoje se acredita em um custo de 1 bilhão, deste valor total o BNDES tem como 400 milhões o valor máximo que pode se conceder a Odebrecht e a prefeitura de São Paulo os 300 milhões em incentivos ficais, quem pagaria o resto? Enquanto isso, o jogo fica cada vez mais pesado. O ministro do Esporte, Orlando Silva Júnior, (PCdoB), pressiona o Governo do Estado a ajudar financeiramente. O governo é pressionado a não colocar dinheiro público e camufla chamando de “incentivo fiscal”. Há quem acuse o ministro de querer ver o governo do PSDB perder a abertura da Copa. O que era um simples projeto virou um monstro e perdeu o controle. No Morumbi muita gente aguarda o desfecho final e sonha ver a abertura cair no colo quase que de graça. A Arena Palestra não pode ser abertura, mas sonha em ser sede caso a partida inaugural mude de estado. Brasília é tida pelo Comitê Organizador como favorita, mas o senador Aécio Neves, (PSDB), futuro candidato a presidência, também amigão do Teixeira, quer o jogo em Belo Horizonte em um estádio publico e já pronto (Mineirão). Nesse contexto todo, ainda podemos ver uma briga entre SP x BH x DF e ter a abertura e a final no Maracanã que já consumiu mais de um bilhão na sua reforma. Abertura e final no mesmo estádio não é algo inédito em Copas do Mundo. Sem contar que para sediar um evento deste, precisa bem mais que apenas um estádio com capacidade para 70 mil no mínimo. Aeroportos, hotéis, vias de acesso, restaurantes, segurança entre outras coisas constam na lista e vamos ser sinceros: Itaquera não tem nada disso. Parodiando o filósofo Sócrates: “Só sei que nada sei”.

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