Contar a historia do maior zagueiro do Palmeiras e que o mundo viu jogar não é fácil. Muita pretensão minha achar que conseguiria fazer isso em tão poucas linhas. Como explicar a trajetória de quem basicamente inventou o “elemento surpresa”? Luís Edmundo Pereira era um zagueiro de pernas tortas e que corria até meio desengonçado. Os joelhos quase se chocavam, tudo por causa de um problema provocado na tíbia. Bom cabeceador, e melhor ainda com a bola nos pés, passava segurança e comandava a equipe palmeirense. E se não bastassem essas virtudes como defensor, se identificou como o zagueiro das arrancadas ao ataque quando tomava a bola de adversários. Essas jogadas de velocidade resultaram em muitos gols para o Palmeiras, “só” 35 gols, é o zagueiro que marcou mais gols com a camisa palmeirense. Zagueiro clássico no desarme e na saída de bola, Luisão "Chevrolet" ganhou este apelido ainda nos tempos do ABC paulista. Títulos não foram poucos, vou listar só os mais importantes: Campeonato Paulista: 1972 e 74; Campeonato Brasileiro: 1969, 72 e 73; Ramón de Carranza: 1969, 74 e 75; Mar del Plata: 1972. Como eu escrevi antes, falar sobre esta lenda não é tarefa nada fácil. Tem uma história de quando ele já estava jogando como veterano que talvez explique bem. O estádio era do Juventus lá na rua Javari, na Mooca, capital paulista. Aquele calor (quem já esteve por lá conhece), o atacante do time adversário já não aguentando mais pediu para ser substituído e como não haviam reservas, o jeito era arrumar alguem, entrou um garoto da base só para compor no ataque. Na primeira bola alçada, o garoto veloz despenca na corrida. Quem acompanhava o jogo já dizia: Agora que o zagueirão leva um baile. Não levou, o tal zagueirão era o Luis Pereira, que dominou a bola no peito e sem deixar cair deu um belo chapéu no garoto. Luis Pereira era assim, um zagueiro com classe que gostava de jogar com a bola nos pés, por “apenas jogar com a bola nos pés” como disse um dia. Em 1975, ao lado de Leivinha, foi negociado ao Atlético de Madrid onde ganhou a Espanha, vive por lá e é ídolo até hoje. Retornou ao Palmeiras em 1981, mas ai já era outro Palmeiras. Para quem ainda duvida desse mito, certa vez Pelé disse: “Luís Pereira é o melhor zagueiro do mundo”. Não dá nem para pensar em quem foi Luis Pereira, até porque não é questão de pensar. É de jogar. É de ser. Ele é a defesa que ninguém passa, a linha e atacante de raça. Obrigado por tudo Luisão.
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Um comentário:
esse jogava muito!!!
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