quarta-feira, 2 de novembro de 2011

O CAMISA 8

A não ser que o Palmeiras faça jogos sensacionais, eu não irei mais escrever sobre este campeonato. Salvo apenas os clássicos. No futebol mundial a camisa 10 é o símbolo do craque, desde que Pelé surgiu para o mundo em 1958 acabando com a Copa do Mundo da Suécia e estampando a 10 nas costas que todo e qualquer jogador que tenha um pouco mais de habilidade ganha ela de presente. No Brasil todo craque do time jogava com ela, a mística 10. Embora Portugal tivesse Eusébio que jogava com a 13 e Cruijjf na Holanda com a 14, a camisa dez passou a ser a simbologia do gênio da bola pelo mundo afora também, assim foi Platini e Zidane na França, Baggio na Itália, Gullit na Holanda, Maradona na Argentina, Matthaus na Alemanha... Isso sem falar de clubes, todos eles tinham e tem o seu destaque com a 10. O maior de todos no Palmeiras é Ademir da Guia, vulgo Divino, este dispensa qualquer tipo de comentário, qualquer coisa que eu escrever sobre ele será pouco. Porém venho destacar aqui que antigamente quase todo time que tinha um camisa 10 fenomenal e ele era acompanhado de verdadeiros escudeiros que também mostravam uma genialidade digna de um 10, o chamado meia ou ponta de lança que desfilava em campo com a camisa 8, infelizmente nos dias de hoje quem joga com esta camisa são alguns cabeças de bagres também chamados de segundo volantes. E não pensem vocês que o 8 era apenas mero coadjuvante não, o que falar de Tostão na Copa de 70? Só para lembrar alguns: Didi, o “príncipe etíope” que jogava com a 8 no Botafogo e na seleção com maestria enorme; também no Botafogo só que em outra época tinha o Gerson, “canhotinha de ouro”, com seus passes milimétricos sua habilidade e classe com a perna esquerda que colocava a bola onde queria. Aquele Santos de Dorval, Coutinho, Pelé e Pepe tinha Mengalvio com a 8 que era o articulador das jogadas de ataque, por ele era onde a bola passava primeiro. E no grande time do Flamengo dos finais dos anos 70 e inicio de 80, um neguinho com jeito de moleque passeava em campo com seus passos longos, velocidade cadenciada, dribles secos e arrancadas sensacionais, Adílio usava a 8 e fazia uma bela dupla com o Zico. Eu ainda vi Mazinho usando a 8, antes de usar a 2 e Cesar Sampaio, após usar a 5 no inicio da década de 90, passou a usar a 8 com também maestria no final da mesma década. Mas como escrever sobre a camisa 8 sem falar de Leivinha? Um jogador leve, habilidoso e com uma boa impulsão, Leivinha era o parceiro ideal de César Maluco. Por ter facilidade de saber jogar foi recuado para a meia/ponta de lança e não negou fogo fez muitos gols e deu muitas alegrias a torcida alviverde. Seu cabeceio era de tamanha força que mais parecia um chute. Apesar de ter participado da Copa do Mundo de 74, o atacante nunca teve grandes chances na seleção. Prejudicado pelo esquema tático de Zagallo e por uma contusão num jogo com o Zaire, Leivinha acabou passando despercebido com a amarelinha, mas mesmo assim foi dele o milésimo gol da história da seleção brasileira, “Não fiz mais de mil gols como o Pelé, mas tive o prazer de marcar o milésimo da seleção brasileira”, brinca Leivinha. Antes de se transferir para o Atlético de Madrid em 1975, Leivinha foi: Bicampeão Brasileiro (72 e 73); Bicampeão Paulista (72 e 74); Bicampeão do Ramón de Carranza (74 e 75). Pelo Palmeiras foram 263 jogos e 105 gols marcados, uma media de quase meio gol por partida alem de muitas assistências e alegrias. Conheci pessoalmente o Leivinha tem 3 anos e todos os anos tenho a grata satisfação de reencontrar com ele, me sinto abençoado por poder estar tão perto destes jogadores que são muito humildes e atenciosos com todos. Nem preciso dizer o quão ansioso estou para este reencontro.

Ontem recebi um recado via twitter que me deixou muito feliz e honrado. O próprio Ademir da Guia, visitou, leu e comentou sobre o blog.




Quem quiser me seguir no twitter, estou sempre colocando novidades: @M_Obeidi . Criticas, dúvidas e sugestões? A legenda da foto: Sou Eu e o Leivinha no dia em que o conheci pessoalmente.

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