quarta-feira, 16 de setembro de 2009

SIMPLESMENTE DIVINO


Inicio a postagem de hoje confesso que de certa forma emocionado. Ademir da Guia não foi apenas um grande jogador dentro das 4 linhas. O pouco que eu escreverei aqui espero que seja o suficiente para vocês que não conhecem entendam quem foi o Divino. Primeiro que para herdar o apelido de Divino no país do futebol não é para qualquer um. Ninguém entende a sua ausência na seleção brasileira. Eu entendo, foi pura cariocada. Certa vez Murilo Garavello disse: “Ademir da Guia, o craque de uma época em que seleção brasileira não era para qualquer jogador”, mas ele não era um qualquer. Ademir da Guia foi um dos melhores meias que o futebol brasileiro e mundial já produziu. O jornalista Armando Nogueira o definiu em poucas e precisas palavras: “nome, sobrenome e futebol de craque”. Quem viu Zidane jogando no auge de sua elegância não viu nem 1/10 de Ademir da Guia. Era dono de um estilo refinado, elegante, de passadas largas, parecia que bailava no gramado. Um maestro de uma Academia de craques. Sobrava técnica e capacidade. Sua técnica apurada e seu estilo tranquilo, elegante e eficiente, deslumbrava quem o assistia e de quebra conquistou uma série de títulos importantes. “Apenas 12”. A timidez o impediu de ser um astro, mas não um craque. Hoje em dia qualquer jogador que faça 3 boas partidas já é cogitado a seleção. A imprensa carioca então adora isso. Jogador que, aos 21 anos, foi eleito o melhor do Campeonato Paulista de 1963, conquistado com a camisa do Palmeiras. Firmou-se como titular justamente naquele ano e não deixou mais a equipe até 1977. Para se ter uma idéia em 1963 o Santos se sagrava Bi-Campeão Brasileiro, Libertadores e Mundial, ou seja, o Divino com 21 anos foi eleito melhor que o Pelé no seu auge. Certa vez Leivinha confessou: “Ele tinha facilidade para fazer jogada muito difícil: dominava a bola alta que vinha de frente, com a perna esticada. Ele pegava ela no ar, e parece que a bola grudava no pé dele. Tinha elegância, o toque refinado, uma visão de campo impressionante. Sua colocação era perfeita. Ele parecia estar em todos os lugares do campo”. E ainda completou contando que: “A gente brincava de bobinho nos treinos e tentava fazer o Ademir ir para o meio. Todo mundo tocava para ele com efeito, mas não tinha jeito. Do jeito que a bola viesse ele dominava. Eu não me lembro de uma única vez em que o Ademir tenha ido para o meio da roda.”. Antes de ir para o Palmeiras Freitas Solich, técnico do Flamengo, em 1961, disse a um dos diretores do Verdão, que tinha acabado de comprar Ademir da Guia do Bangu: “O preço que vocês pagaram não é o que vale só uma das pernas dele”. Com a camisa do Palmeiras disputou 901 jogos, (recordista do clube), sendo 509 vitórias, 234 empates e 158 derrotas. Ele é o próprio Palmeiras, encarnado e personificado em seu talento e seu caráter. Sei que, em contexto global, ninguém, diria que Ademir foi melhor do que Pelé. Mas eu vos digo que se ganhasse no par ou impar de uma pelada e fosse o primeiro a escolher entre Pelé e Ademir da Guia, eu escolheria o segundo. Não apenas por ser ele o emblema do time que mais derrotou o Santos e Pelé em toda a história, mas, principalmente, porque sou e serei fiel (no sentido palmeirense da palavra) e eternamente grato ao Divino Mestre que me proporcionou tantas e imorredouras alegrias. Todo mundo na época sabia escalar o time do Palmeiras, mesmo quem não torcia pelo Verdão sabia. Finalizo este post com as palavras da humildade de um rei: “Não sou frustrado por não ter tido muitas chances na seleção. O futebol me deu muitas alegrias, é meu ganha-pão até hoje. A ausência na seleção, na verdade, fez com que eu me aprimorasse mais, a cada dia. Não adiantava nada eu reclamar ou criar polêmica. Sempre pensei que jogador de futebol não pode ficar irritado porque está na reserva ou não foi para a seleção. Tem é de trabalhar, mais e mais, para se superar e, se a vaga surgir, ele estar pronto”.

UM CRAQUE CHAMADO DIVINO

Ainda não terminei de assistir este filme/documentário, quero ter um tempo bom para sentar e ver com calma.

LEGENDA

Para quem quiser seguir a legenda da foto, foi difícil escolher uma só imagem de Ademir da Guia. Escolhi a formação que inaugurou o Mineirão tendo todos os jogadores do Palmeiras vestindo a Amarelinha. Escalado em: Valdir, Servílio, Julinho Botelho, Waldemar Fiúme, Ademir da Guia, Djalma Dias, Djalma Santos, Rinaldo, Ferrari, Dudu e Tupãzinho.

Hoje me dediquei mais a pedidos de amigos e leitores, quem sabe durante o dia não deixo outro post com informações mais atuais. Deixe seu comentário, o que você achou deste post?

Um comentário:

Marcelo Durst disse...

Como foi citado acima, ademir foi o cara que não fazia markenting era muito tímido, acho que o mesmo aconteceu com o rivaldo, mas lógicos que situações diferentes ...

Ademir representa a tradição do Palmeiras e juntamente com o Marcos é o nosso ídolo.